O capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, intitulado “Bem-aventurados os aflitos”, no item “Os Tormentos Voluntários”, Allan Kardec explica que muitas das aflições humanas não são impostas por Deus, mas criadas pelo próprio homem. São os chamados tormentos voluntários, frutos do orgulho, da inveja, da ambição e do apego excessivo às coisas materiais. Ao desejar sempre mais do que a vida pode oferecer, o homem se torna infeliz por não alcançar tudo o que quer. A inquietação, o ciúme, o medo da perda e o desejo de superar os outros geram sofrimentos desnecessários, que poderiam ser evitados com uma vida mais simples e equilibrada. Kardec destaca que a verdadeira felicidade está na moderação dos desejos, na humildade e na confiança em Deus, pois quem sabe contentar-se com o necessário encontra paz, enquanto quem vive preso às ilusões do mundo experimenta tormentos constantes. Assim, este ensinamento nos convida à reflexão: muitas dores que sentimos são criações da própria mente e do coração, e podem ser transformadas pela prática do desapego, da fé e da serenidade interior.
